quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Selênio



Segundo as pesquisadoras Maria Luzenira de Souza do Departamento de Ciências Agrárias da Unidade de Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal do Acre e Hilary Castle de Menezes do Departamento de Tecnologia de Alimentos da Faculdade de Engenharia de Alimentos da UNICAMP, o selênio é um oligoelemento essencial à saúde. As autoras afirmam em seu estudo que no caso de doenças crônicas como a aterosclerose, câncer, artrite, cirrose e efisema, há fortes indícios de que o selênio atue como elemento protetor. Por muitos anos, foi considerado tóxico para animais, quando ingerido em altas doses. Recentemente descobriu-se que em quantidades muito pequenas ele é necessário na dieta. O selênio retarda o envelhecimento, combate a tensão pré-menstrual, preserva a elasticidade dos tecidos, previne o câncer e neutraliza os radicais livres. Em homens, aumenta a potência e o interesse sexual e supre a carência gerada quando o selênio é perdido com o sêmen.
Pesquisas assinalam que mais de um quarto dos casos de câncer de esôfago e estômago, em Lixian na China, são de caráter epidêmico e podem ser atribuídos aos baixos níveis de selênio na população.
O aporte alimentar diário de selênio varia de um país para outro, 200μg para os canadenses e somente 30μg para os Filandeses. Na França, o aporte médio/ dia é de 46μg. O Conselho Nacional Americano de Pesquisas preconiza 1μg por quilo de peso corporal ao dia. Segundo a DRI (Ingestão Alimentar de Referência segundo a Food and Nutrition Board e o Institute of Medicine-EUA) a ingestão recomendada é de 55μg/dia para homens e mulheres e 400μg/dia seria o máximo nível tolerável de ingestão sem riscos adversos. Pesquisas em curso colocam em evidência as propriedades anti-inflamatórias e imunoestimulantes do selênio.
Experimentos em animais mostraram que o selênio em altas doses é tóxico e cancerígeno. O selênio se encontra naturalmente nos alimentos de origem animal, frutos do mar, carnes, fígado, rim, vegetais e cereais integrais, sendo a castanha-do- Brasil o alimento mais rico neste mineral.
Pesquisas alertam para o problema da presença de aflatoxinas produzidas pelos fungos dos gêneros Aspergillus flavus e Aspergillus parasiticus na castanha-do-Brasil. A contaminação pode ocorrer tanto no campo como durante o transporte e armazenamento do produto.

Fonte: Revista Ciênc. Tecnol. Aliment., Campinas, 24(1): 120-128, jan.-mar. 2004

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